Music: Stephane Pompougnac | Night & Day

O top Dj por trás do sound design do Hôtel Costes, endereço também top de Paris, surpreende novamente e lança uma compilação pra lá de essencial. O album duplo, Night&Day passeia por tracks marcadas pelo estilo lounge globalizado (e chique) que fez Stephane Pompougnac célebre além de uma faceta mais houseira, no segundo disco, com nomes de peso como Nicolas Jaar, Sascha Dive, Matthias Heilbronn e produções do próprio Pompougnac. Essencial pra qualquer discografia de bom gosto, vai bem no carro, em private parties em casa ou até pra namorar.

Difícil desvincular a figura do Dj do próprio Costes - tamanho o diálogo do som do cara com o ambiance do lugar. Aberto em 1996, pelos irmãos Jean Louise e Gulbert Costes, com seu estilo opulento, seguindo a máxima "mais é mais", é tudo aquilo que eu sempre imaginei da Paris Branché. A piscina oriental, com som debaixo da água, o macarron de frutas vermelhas, as mesas do jardim de inverno e a seleção bacana de champagnes rosé são os highlights desse templo da Dolce Vita.

Por cada ambiente você vai percebendo o sentido mais hedonístico do überluxo: muito dourado, brocados, bordô e púrpura, cortinas de veludo, franjas de seda, tudo very Napoleon. Projetado pelo designer Jacques Garcia, também responsável pelo L´Hôtel, é um mundo à parte: a ambience sonora, do já citado Stephane Pompougnac e a olfativa, de Rami Mekdachi, completam essa verdadeira viagem extrasensorial.

A comida do restaurante com certeza não merece estar em nenhum guia Michellin, apesar de overpriced e bem cuidada. O serviço não é dos melhores, também. O fato é que, no final das contas, esses dois méritos simplesmente não importam e você se sente completamente mergulhado no climão boudoir chic. O tempo passa mais devagar, mais lânguido e elegante. Meio esnobe, mas de uma maneira deliciosa. Exatamente como Paris.

Os melhores quartos são os do primeiro andar, e no help desk dá pra comprar de velinhas com o cheiro de lá até a coleção de jóias e relógios com a marca Costes, além claro dos Cds com a assinatura de Pompougnac. Incrível como um som consegue descrever melhor um lugar, principalmente se comparar com tudo aquilo que eu tentei explicar por aqui. Esqueça tudo o que eu disse. Só ouvindo mesmo.